Como qualquer outra expressão, quando falamos em marcenaria moderna, abre-se espaço para várias interpretações e percepções. Acho que tanto a bagagem cultural de cada um quanto vivências e projetos fazem com que tenhamos opiniões variadas sobre esse termo.
Particularmente dizendo, acredito que tenha uma relação direta com os avanços tecnológicos. Como falar em futuro sem falar de tecnologia? Impossível. Ambos caminham lado a lado, e os profissionais ou marcenarias que não acompanharem isso, provavelmente, vão ficar para trás.
Mais do que acabamentos em mármore, calacata, granito, peças em cobre ou bronze (que, obviamente, estão em alta esse ano), precisamos também estar atentos em outros aspectos. Três eixos (maquinários modernos, fluxo organizado de automação entre processos e produção de software de construção) são indispensáveis quando falamos de marcenaria moderna.
Fazer tudo manualmente (como desenhar peças ou criar listas de cortes) são fases que exigem tempo e esforço. Um software pode deixar esse processo mais prático. Elimina-se as chances de erros na fabricação, assim como também ganha-se em tempo de produção.
Cálculos, orçamentos e detalhamento de todo material. Essas tarefas também costumam exigir uma atenção redobrada. A marcenaria do futuro traz como alternativa a geração de custos completos de forma instantânea, também chamado de orçamento a toque de caixa. Isso permite oferecer um orçamento mais detalhado que costuma gerar elogios dos clientes e profissionais da área.
O maquinário também pode ser diminuído e direcionado para seccionadora, coladeira de bordas e centro de usinagem. Sem esquecer, é claro, que alguns softwares podem enviar os planos de corte de forma automática, o que possibilita construir o móvel em minutos. Visualizar alterações em tempo real, enviar um desenho em formato 3D para o cliente e gerar listas involuntariamente de peças e materiais para a produção moveleira são atividades antes impensáveis.
Tudo que temos de maquinário, conceito, informação e solução até aqui precisa ser aproveitado. É claro que, como profissionais, nos dividimos em modernos ou vanguardistas. Cada um tem o seu estilo, seu jeito de fazer, suas preferências. O importante mesmo é saber extrair o melhor dessas tendências de forma que possamos sempre imprimir em cada trabalho nossa essência, nossa personalidade.
Fabio Scavassa é diretor e designer da empresa Mada Marcenaria *